Cores neutras, muita textura e volume: O segundo dia da Paris Fashion Week 2020

A Paris Fashion Week chegou ao seu segundo dia com muitas inspirações – e, claro, peças – lindas! Os destaques foram os desfiles da Chanel e Givenchy, mas não se engane: tivemos outras marcas com propostas super diferentes e incríveis!

Sobre os looks, as cores não foram muito usadas nesse segundo dia, mas não fizeram falta. Texturas, volumes e muitos detalhes aparecem em quase todas as composições. A gente fez uma seleção pra quem quiser muuita inspiração:

Chanel: cortes clássicos, cores neutras e muita textura

Com direção artística de Virginie Viard, o desfile da Chanel aconteceu, como sempre, no Grand Palais. Desta vez, o local foi transformado em uma réplica do jardim do orfanato onde Coco Chanel chegou em 1895 e viveu por seis anos, após perder sua mãe. Este momento da vida da estilista serviu como inspiração para a criação da marca e de toda a história da Chanel.

Foto: Vogue FR

O que mais chama atenção nos looks é o uso de tecidos e cortes clássicos, com direito a ombreiras, cintos e golas logo abaixo do pescoço, mas em muitas variações. Outro ponto clássico: o uso constante do preto, tons de cinza e muito branco – que eu amo! As outras cores são todas pastel, deixando o destaque para as texturas, tule, rendas e tecidos mais grossos e volumosos. Como a inspiração é o jardim da Coco Chanel, algumas flores aparecem por aqui também, mas com muita classe e ousadia: sobreposição de camadas com estampas/colagens com padrões florais e lantejoulas em tecidos transparentes.

+ Ponto que amei e fiquei chocada: meia calça branca em praticamente TODOS os looks; e o salto? Nem existe, salto baixo em todos os looks – conforto <3

Alexis Mabille: muito branco e atenção aos detalhes

Já pensou em usar um lookinho todo branco mas com muitas texturas e cortes diferentes? Essa é a inspiração de todo o desfile da Alexis Mabille. São todos vestidos brancos com cortes, camadas e requinte de muitos detalhes – é uma forma de exaltar a alta costura parisiense sem utilizar as cores e deixar tudo muito sensual.

Foto: Vogue FR

Os tecidos aqui trazem muito o brilho sutil da seda e do cetim com um toque que acho importante: VOLUME. As peças em crepe estão aí pra isso! Isso sem deixar de mencionar as rendas, bordados e muita transparência em camadas.

Stéphane Rolland: drama queen e sensualidade

As curvas estão por toda parte na inspiração para esse desfile. Os casacos são inspirados na tradicional capa árabe e muitas composições são extremamente volumosas.

Foto: Vogue FR

A palavra que define esse desfile para mim é DRAMÁTICO. Muitos cortes inusitados em contraste a muita leveza dos tecidos. Sensualidade e tecidos monocromáticos, sem estampa, sem bordado, sem colagem, sem pluma. O foco aqui é na modelagem! Cores: preto, branco e uma pitada de marrom.

+ Bem Cruela! Sou só eu ou vocês também com essa impressão?

Alexandre Vauthier: looks básicos com muito brilho

Esse desfile mostra o quanto somos individuais, o quanto cada uma de nós tem um mini-universo e pode expressar isso da melhor forma que quisermos. Por isso, a coleção demonstra um conjunto de diversas personagens muito diferentes uma das outras: algumas mais sensuais, outras casuais, extravagantes… A referência, como um todo, são os anos 80.

Foto: Vogue FR

Os que mais me chamam atenção são os looks sensuais mais ajustados ao corpo e com muito brilho! Looks básicos podem ficar incríveis se tiverem aquele glow! Sobre as cores, a maioria são escuras e com muito impacto. Algumas opções em dourado e branco também aparecem.
+ E esse terninho nada básico com brilho? Usaria ou não?

Julien Fournié: aventura com muita classe

Julien Fournié trouxe a figura da aventureira e propôs a volta da jaqueta mais descolada! Tudo isso, é claro, mantendo as modelagens mais sofisticadas e clássicas. Os tons são terrosos com alguns toques de brilho graças ao verniz do couro, em um estilo meio caçadora. Os cortes mais arrojados e MUITAS jaquetinhas com calça, vestido, blusinha – os modelinhos estruturados e com ombreiras marcam presença.

Foto: Vogue FR

A dica aqui é usar também alguns acessórios para compor. Os cintos largos como sobreposição trazem uma pegada mais impactante para os looks desse desfile.

+ Aqui uma pegada meio detetive, amei!
+ Nunca vi tanta jaqueta e terceira peça no verão! Deve ser a era do ar condicionado nessa estação!

Giorgio Armani Prive: estampa hippie com alfaiataria

A inspiração para o desfile da Armani foi a estampa Ikat: padrão têxtil inspirado nos hippies viajantes dos anos 60. Dessa vez, a marca quebrou o deco-glamour das últimas coleções e usou muito mais das transparências, estampas e muitas variações de jaquetas e cardigãs. É claro que a característica de alfaiataria ainda está presente, só que agora com uma pitada de cor.

Foto: Vogue FR

Cores fortes são a aposta de hoje da Armani, as BOLD COLORS. Azul foi eleita pela Pantone como a cor do ano – e a Armani tá sabendo disso, todos os looks tem alguma peça nesse azul lindo! Os tecidos que mais predominam são com uma pegada mais alfaiataria e seda, mas a dica é essa nostalgia da estampa Ikat, nesse estilo hippie em contraste a formalidade dos tecidos e cortes. Nos looks mais casuais, os tules e rendas ganham destaque.

Givenchy: a inspiração de uma carta de amor

Une Lettre d’Amour, Uma carta de amor, em português, é o nome dado para a coleção da Givenchy. A inspiração são as lembranças da estilista Clare Waight Keller ao visitar as salas de jardim plantadas pela poeta Vita Sackville-West e as cartas de amor deixadas por ela para Virginia Woolf. A estilista buscou as suas cartas enviadas para Hubert de Givenchy, estilista e criador da marca, e as fotografias de rendas floridas e design de jardins, que lembram a história da marca e de Hubert.

Foto: Vogue FR

Muito volume! Roupas coladas são pouco usadas nesse desfile e as texturas e tecidos MUITO armados ganham vez – são as referências a textura das flores, que lembram os jardins.
+ O que eu mais gostei foi a inspiração no floral, jardim através das texturas e volumes, mesmo sem muitas estampas e cores.
+ Os chapéus que servem como guarda-chuva são as proteções para as flores dos vestidos.

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Os grandes estilistas usam grandes histórias como inspiração. A minha dica é que a gente faça o mesmo, se inspire nas nossas grandes histórias e arrase no look emotivo – hehe. Eu tô muito inspirada para usar todas essas texturas e volumes. E você?